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2012 - Livro Vermelho 2013

Plantago turficola Rahn EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 19-09-2012

Criterio: B1ab(i,ii,iii)+2ab(i,ii,iii)

Avaliador: Danielli Cristina Kutschenko

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

?Plantago turficola é uma espécie herbácea ocorrente em ambientes campestres da Mata Atlântica nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Tem uma EOO de menos de 5.000 km² e AOO menor que 500 km². Os Campos Limpos do sul do Brasil sofrem severa fragmentação causada pela ocupação humana, expansão agrícola e pecuária, cultivo de espécies exóticas como Pinus sp. e Eucalyptus sp. e expansão urbana; além disso, a espécie, aparentemente, não ocorre em áreas protegidas, o que a torna mais suscetível ao impacto das ameaças incidentes sobre suas subpopulações. Dessa forma, por P. turficola ter distribuição restrita a hábitats campestres, ocorrer em ambiente severamente fragmentado e em contínuo declínio e por não estar presente em áreas protegidas, pode-se dizer que está "Em perigo" (EN).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Plantago turficola Rahn;

Família: Plantaginaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

​Decrita em Bot. Tidsskr. 61: 80. 1965.

Distribuição

Ocorre nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Souza, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por ervas, terrícolas(Souza, 2012).

Ameaças

1.1.1.3 Agro-industry farming
Incidência national
Severidade high
Detalhes A área total de Campos no Sul do Brasil era 18 milhões de hectares, ao passo que em 1996 a área estava em 13,7 milhões de ha (i.e. 23,7% da área total dessa Região), sendo 10,5 milhões ha no Rio Grande do Sul (área total: 28,2 milhões ha), 1,8 milhão ha em Santa Catarina (área total: 9,6 milhões ha) e 1,4 milhão ha no Paraná (área total: 20 milhões ha). Um decréscimo de 25% da área total dos campos naturais ocorreu nos últimos 30 anos devido a uma forte expansão das atividades agrícolas. Houve um aumento significativo na produção de milho, soja e trigo, o que se deu às custas dos campos naturais, além da produção de arroz. Atualmente os três Estados da Região Sul do Brasil produzem 60% do arroz no Brasil (Overbeck et al., 2009).

1.1.4 Livestock
Severidade high
Detalhes A intensificação dos sistemas de produção pecuária tem levado ao aumento na área de pastagens cultivadas nos Campos do Sul. Apesar da alta produtividade e potencial forrageiro de muitas espécies nativas, elas não são exploradas comercialmente e as pastagens cultivadas são produzidas principalmente com espécies exóticas (Overbeck et al., 2009).

1.1.2.2 Large-scale
Severidade high
Detalhes O cultivo de árvores exóticas tem recebido muitos incentivos, tanto das indústrias privadas quanto do governo, para a produção de celulose principalmente. Particularmente nos campos do Planalto Sul-Brasileiro, áreas que antes eram utilizadas com a pecuária foram transformadas em plantações de Pinus sp. de grandes extensões, essas densas monoculturas não permitem o crescimento de plantas no sub-bosque, o que agrava significativamente os danos causados por esta atividade. Na região sul do Rio Grande do Sul também há a pressão exercida pelo plantio de Eucalyptus sp., também levando à perda de espécies campestres (Overbeck et al., 2009).

1.1 Agriculture
Severidade high
Detalhes No Estado do Rio Grande do Sul, odesmatamento dos bosques naturais, especialmente da Floresta Estacional e daMata dos Pinheiros, é uma das conseqüências do modelo de desenvolvimento quesempre buscou novas fronteiras agrícolas e novas áreas para cultivo, promovendoo plantio até a borda dos cursos d'água, com perda de vegetação ciliar. O domínio daMata Atlântica ocupava, originalmente, cerca de 13 milhões de hectares (50% dasuperfície do Estado), tendo atualmente remanescentes de mata e restinga queatingem apenas 600.000 hectares, aproximadamente, 5% da cobertura original (Margareth et al., 2005).

1.1.1.3 Agro-industry farming
Severidade high
Detalhes No Litoral Médio e Sul do Rio Grande do Sul, há uma ocupação principalmente com agricultura extensiva, embora nesses locais situem-se os dois principais redutos de importância global do Estado: Parque Nacional da Lagoa do Peixe (sítio Ramsar, situado no Litoral Médio) e Estação Ecológica do Taim (no Litoral Sul) (Margareth et al., 2005).

1.4 Infrastructure development
Severidade medium
Detalhes O Litoral-Norte do Rio Grande do Sul, que tem estreita relação com os remanescentes da Mata Atlântica, teve forte perda de suas características naturais, motivadas por urbanização, além de outros fatores antrópicos de menor intensidade (Margareth et al., 2005).

1.3.3.2 Selective logging
Severidade high
Detalhes Uma ameaça às florestas do Rio Grande do Sul é o desmatamento abusivo tem sido o desaparecimento gradativo de espécies vegetais de valor econômico e ecológico, das quais se destacam o pinheiro brasileiro, (Araucaria angustifolia), as canelas (Nectandra spp.), os angicos (Parapiptadenia rigida), os cedros (Cedrela fissilis), as grápias (Apuleia leiocarpa), as imbuias (Ocotea porosa), etc. (Margareth et al., 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência national
Severidade high
Detalhes NoBrasil, a área original de Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária),era de aproximadamente 200.000 a 250.000 km², ocorrendo com maiorintensidade nos estados do Paraná (40%), Santa Catarina (31%), Rio Grande doSul (25%), apresentando manchas esparsas no sul de São Paulo (3%),internando-se até o sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro (1%) (Medeiros et al., 2005).

1.3.3.2 Selective logging
Severidade high
Detalhes A Floresta Ombrófila Mista típica da Região Sul do Brasil, abriga componentes arbóreos de elevado valor comercial, como a Araucaria angustifolia (pinheiro) eOcotea porosa (imbuia), por isso esta floresta foi alvo de intenso processo de exploração predatório. Atualmente os remanescentes florestais não perfazem mais do que 1% da área original, e suas espécies arbóreas estão relacionadas na lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção (Medeiros et al., 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada "Rara" pela Lista vermelha da flora de Santa Catarina (Klein, 1990).

Referências

- KLEIN, R. M. Espécies raras ou ameaçadas de extinção do estado de Santa Catarina. IBGE, Diretoria de Geociências, 1990. 287 p.

- SOUZA, V.C. Plantago turficola in Plantago (Plantaginaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB103180>.

- OVERBECK, G.E.; MÜLLER, S.C.; FIDELIS, A. ET AL.PILLAR, V.P.; MÜLLER, S.C.; CASTILHOS, Z.M.S.; JACQUES, A.V.A. Os Campos Sulinos: um bioma negligenciado. 2009. 26-41 p.

- MARGARETH,V; COLLE, C.; CHOMENKO, L. ET AL. Projeto Conservação da Biodiversidade como fator de contribuição ao desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul., Diagnóstico das Áreas Prioritárias., 2005.

- MEDEIROS, J.D.; SAVI, M.; BRITO, B.F.A. Seleção de áreas para a criação de Unidades de Conservação na Floresta Ombrófila Mista., Biotemas, v.18, p.33-50, 2005.

- BEHLING, H. Late quaternary vegetation, climate and fire history from the tropical mountain region of Morro de Itapeva, SE, Brazil., Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, v.129, p.407-422, 1997.

Como citar

CNCFlora. Plantago turficola in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Plantago turficola>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 19/09/2012 - 18:52:21